Bolsonaro e Haddad disputarão segundo turno das eleições presidenciais
Com 100% das urnas apuradas, candidato do PSL chegou a 46,03% dos votos válidos; petista alcançou 29,28%
Publicado em 08 de outubro de 2018
O Brasil segue polarizado. De um lado o antipetismo, materializado na figura de Jair Bolsonaro. Com 100% das urnas apuradas, o candidato do PSL obteve 46,03% (49.275.358 milhões) dos votos válidos no primeiro turno das eleições. Do outro, seu adversário pela Presidência da República, o petista Fernando Haddad, herdeiro político do ex-presidente Lula, que alcançou 29,28% (31.341.839 milhões) dos votos válidos.
A campanha rumo ao Palácio do Planalto é curta: a eleição de segundo turno é no próximo dia 28, daqui a três semanas. Ambos devem, a partir desta segunda-feira, ir atrás de alianças. A tendência é de que o chamado centrão, que no 1º turno esteve com Geraldo Alckimn, declare apoio ao capitão reformado do Exército. Haddad deve correr para fazer as pazes com Ciro Gomes (PDT), tentar ganhar alguns eleitores de Marina e do MDB, do ex-ministro da Fazenda do governo Temer, Henrique Meirelles.
Bolsonaro, o arauto do antipetismo
Jair Bolsonaro, 63 anos, é paulista. Nasceu no município de Glicério, região de Araçatuba. Mas foi no Rio de Janeiro onde ganhou destaque. Cursou a Escola Preparatória de Cadetes do Exército e em seguida a Academia Militar das Agulhas Negras, formando-se em 1977. Em 1988, ingressou na vida pública. Foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro pelo Partido Democrata Cristão. Dois anos depois largou o mandato para tentar uma cadeira como deputado federal, onde permanece até hoje. Foi filiado a outros partidos ao longo de sua carreira política: PPR (1993-95), PPB (1995-2003), PTB (2003-2005), PFL (2005), PP (2005-2016), PSC (2016-2017) e o PSL (2018).
Há um mês, Bolsonaro foi esfaqueado durante ato de campanha na cidade de Juiz de Fora, interior de Minas Gerais. Passou por mais de uma cirurgia, ficou internado durante quase todo o primeiro turno, mas manteve, através das redes sociais e seus aliados, a difusão de suas ideias.
Líder das pesquisas desde o começo do processo eleitoral – quando a candidatura de Lula foi barrada pelo TSE –, Bolsonaro, com seu discurso forte, sempre despertou sentimentos contraditórios. Para os seus apoiadores, é o salvador da pátria, o único capaz de tirar o país da crise política, econômica e social. Seus críticos, porém, batem na tecla de que, sem representatividade e experiência, e com a verve áspera, poderia ser um perigo para a democracia brasileira.
Seu discurso radical contra o PT, em prol da ordem e disciplina militar e de críticas ferrenhas a movimentos sociais o alçou como arauto de um novo país. Desiludido com a política tradicional, o Brasil assistiu à ascensão do “mito”, como é tratado pelos admiradores. Jair Messias Bolsonaro tem como marcas as posições extremadas, o constante enfrentamento e o discurso agressivo. Porém, principalmente após o atentado, adotou um tom mais pacificador na busca de angariar votos em segmentos onde tinha grande rejeição.
Em 29 de setembro, usando a hashtag #EleNão, um movimento iniciado nas redes sociais por mulheres contrárias às propostas do candidato reuniu milhares de pessoas em mais de 160 cidades do País e até do exterior. No dia seguinte, apoiadores realizaram atos no Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal, Porto Alegre entre outras capitais.
Haddad, o herdeiro de Lula
Fernando Haddad, 55 anos, chega com o aval do ex-presidente Lula. Primeiramente registrado como vice na chapa então encabeçada por Lula, o ex-ministro de Educação foi alçado como presidenciável após o TSE negar o registro do líder petista. Manuela D' Ávila (PcdoB), numa articulação envolvendo os partidos em nível nacional, virou vice.
Haddad possui carreira acadêmica, tem um perfil intelectual, diferente de Lula – líder carismático e aglutinador. Nascido em São Paulo, ingressou na faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), onde se formou em 1985. Fez mestrado em Economia com especialização em economia política em 1990 e doutorado em Filosofia em 1996. Foi professor de Teoria Política Contemporânea no Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Sociais da USP.
Em 2001, foi trabalhar na Secretaria de Finanças da capital paulista, na gestão da então prefeita petista Marta Suplicy. Em 2003 foi para Brasília atuar no Ministério do Planejamento, na época chefiado por Guido Mantega. Logo em seguida trocou de pasta. Foi ser secretário-executivo do ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, ministro da Educação na época. Assumiu o ministério em 2005, quando Tarso saiu para assumir a presidência do PT em meio ao turbilhão causado pelo mensalão, e ficou no cargo até 2012, quando se licenciou para disputar à Prefeitura de São Paulo, indicado por Lula.
Esteve à frente de programas como o de criação de universidades federais e de acesso ao ensino superior e técnico, como o ProUni e o Pronatec. Com o apoio de Lula, Haddad derrotou José Serra (PSDB) no segundo turno e assumiu o comando da maior cidade do país em 2013. Tentou a reeleição em 2016, mas perdeu para João Doria (PSDB) ainda no primeiro turno.
Na campanha de 2018, adotou, no início, um tom mais brando. Porém, alvo de ataques frequentes, passou a responder aos adversários, mirando especialmente em Bolsonaro, diante da possibilidade de vitória do rival ainda no primeiro turno. De um perfil e temperamento moderado, Haddad apostou muito no Nordeste, reduto do PT nos últimos governos do partido, usando chapéu de cangaceiro e caminhando entre os eleitores. Foi na região onde venceu na maioria dos estados, assegurando sua ida ao segundo turno.
A campanha rumo ao Palácio do Planalto é curta: a eleição de segundo turno é no próximo dia 28, daqui a três semanas. Ambos devem, a partir desta segunda-feira, ir atrás de alianças. A tendência é de que o chamado centrão, que no 1º turno esteve com Geraldo Alckimn, declare apoio ao capitão reformado do Exército. Haddad deve correr para fazer as pazes com Ciro Gomes (PDT), tentar ganhar alguns eleitores de Marina e do MDB, do ex-ministro da Fazenda do governo Temer, Henrique Meirelles.
Bolsonaro, o arauto do antipetismo
Jair Bolsonaro, 63 anos, é paulista. Nasceu no município de Glicério, região de Araçatuba. Mas foi no Rio de Janeiro onde ganhou destaque. Cursou a Escola Preparatória de Cadetes do Exército e em seguida a Academia Militar das Agulhas Negras, formando-se em 1977. Em 1988, ingressou na vida pública. Foi eleito vereador da cidade do Rio de Janeiro pelo Partido Democrata Cristão. Dois anos depois largou o mandato para tentar uma cadeira como deputado federal, onde permanece até hoje. Foi filiado a outros partidos ao longo de sua carreira política: PPR (1993-95), PPB (1995-2003), PTB (2003-2005), PFL (2005), PP (2005-2016), PSC (2016-2017) e o PSL (2018).
Há um mês, Bolsonaro foi esfaqueado durante ato de campanha na cidade de Juiz de Fora, interior de Minas Gerais. Passou por mais de uma cirurgia, ficou internado durante quase todo o primeiro turno, mas manteve, através das redes sociais e seus aliados, a difusão de suas ideias.
Líder das pesquisas desde o começo do processo eleitoral – quando a candidatura de Lula foi barrada pelo TSE –, Bolsonaro, com seu discurso forte, sempre despertou sentimentos contraditórios. Para os seus apoiadores, é o salvador da pátria, o único capaz de tirar o país da crise política, econômica e social. Seus críticos, porém, batem na tecla de que, sem representatividade e experiência, e com a verve áspera, poderia ser um perigo para a democracia brasileira.
Seu discurso radical contra o PT, em prol da ordem e disciplina militar e de críticas ferrenhas a movimentos sociais o alçou como arauto de um novo país. Desiludido com a política tradicional, o Brasil assistiu à ascensão do “mito”, como é tratado pelos admiradores. Jair Messias Bolsonaro tem como marcas as posições extremadas, o constante enfrentamento e o discurso agressivo. Porém, principalmente após o atentado, adotou um tom mais pacificador na busca de angariar votos em segmentos onde tinha grande rejeição.
Em 29 de setembro, usando a hashtag #EleNão, um movimento iniciado nas redes sociais por mulheres contrárias às propostas do candidato reuniu milhares de pessoas em mais de 160 cidades do País e até do exterior. No dia seguinte, apoiadores realizaram atos no Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal, Porto Alegre entre outras capitais.
Haddad, o herdeiro de Lula
Fernando Haddad, 55 anos, chega com o aval do ex-presidente Lula. Primeiramente registrado como vice na chapa então encabeçada por Lula, o ex-ministro de Educação foi alçado como presidenciável após o TSE negar o registro do líder petista. Manuela D' Ávila (PcdoB), numa articulação envolvendo os partidos em nível nacional, virou vice.
Haddad possui carreira acadêmica, tem um perfil intelectual, diferente de Lula – líder carismático e aglutinador. Nascido em São Paulo, ingressou na faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), onde se formou em 1985. Fez mestrado em Economia com especialização em economia política em 1990 e doutorado em Filosofia em 1996. Foi professor de Teoria Política Contemporânea no Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Sociais da USP.
Em 2001, foi trabalhar na Secretaria de Finanças da capital paulista, na gestão da então prefeita petista Marta Suplicy. Em 2003 foi para Brasília atuar no Ministério do Planejamento, na época chefiado por Guido Mantega. Logo em seguida trocou de pasta. Foi ser secretário-executivo do ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, ministro da Educação na época. Assumiu o ministério em 2005, quando Tarso saiu para assumir a presidência do PT em meio ao turbilhão causado pelo mensalão, e ficou no cargo até 2012, quando se licenciou para disputar à Prefeitura de São Paulo, indicado por Lula.
Esteve à frente de programas como o de criação de universidades federais e de acesso ao ensino superior e técnico, como o ProUni e o Pronatec. Com o apoio de Lula, Haddad derrotou José Serra (PSDB) no segundo turno e assumiu o comando da maior cidade do país em 2013. Tentou a reeleição em 2016, mas perdeu para João Doria (PSDB) ainda no primeiro turno.
Na campanha de 2018, adotou, no início, um tom mais brando. Porém, alvo de ataques frequentes, passou a responder aos adversários, mirando especialmente em Bolsonaro, diante da possibilidade de vitória do rival ainda no primeiro turno. De um perfil e temperamento moderado, Haddad apostou muito no Nordeste, reduto do PT nos últimos governos do partido, usando chapéu de cangaceiro e caminhando entre os eleitores. Foi na região onde venceu na maioria dos estados, assegurando sua ida ao segundo turno.
Fonte: Kelly Wirganovicz/JornalismoBarrilFM com informações CP
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