A empresa farmacêutica Moderna declarou que se os próximos testes forem bem sucedidos, sua vacina contra a Covid-19 pode estar disponível para a população em janeiro de 2021.
A primeira fase de estudos da vacina experimental mostrou resultados promissores, com a produção de anticorpos semelhantes aos encontrados em pacientes recuperados do novo coronavírus em voluntários recrutados para o teste.
O relatório, divulgado nesta segunda-feira (18), fez as ações da empresa dispararem 25%. Ele foi fruto da fase 1 de testes clínicos, que normalmente analisa efeitos de um ativo em um pequeno número de pessoas e foca em responder se a vacina é segura e provoca uma resposta imune.
Apesar de promissor, o estudo, liderado pelos Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH), um conglomerado de centros de pesquisa, ainda não foi revisado ou publicado em uma revista médica, um passo necessário para sua validação em condições normais, sem o protocolo de aceleração estabelecido em meio a pandemia, que permite que estudos pulem algumas etapas.
A empresa farmacêutica Moderna, financiadora da iniciativa, está sediada em Cambridge, no estado americano de Massachusetts, e é uma das oito desenvolvedoras mundiais com testes ativos em seres humanos na busca da vacina contra o novo coronavírus, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Outras duas desenvolvedoras, a Pfizer e a Inovio, também estão nos Estados Unidos, uma está na Universidade de Oxford, no Reino Unido, e outras quatro na China.
Em seu estudo, a Moderna vacinou dezenas de participantes e mediu a quantidade de anticorpos em oito deles. Todos desenvolveram anticorpos neutralizantes para o vírus em níveis que atingiam ou excediam os vistos em pessoas que se recuperaram naturalmente da Covid-19, de acordo com a companhia.
Estes anticorpos neutralizantes se ligam ao vírus, o incapacitando de atacar células humanas.
Apesar das notícias animadoras em laboratório, ainda são necessárias outras etapas para garantir que a vacina irá proteger pessoas no mundo real.