Paciente de clínica pede socorro em bilhete embrulhado em pedra no RS
Polícia Civil fechou clínica de reabilitação e prendeu três pessoas após denúncia de interno em bilhete: 'estamos presos, com fome, maltratados'
Publicado em 02 de setembro de 2023
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Uma clínica de reabilitação foi fechada e três pessoas foram presas pela polícia nesta quinta-feira (31), em Viamão, após um dos pacientes denunciar maus tratos em um bilhete jogado pela janela enrolado em uma pedra.

"Socorro, chama a Polícia, a Vigilância Sanitária, por favor. Estamos presos, com fome, mal tratados. Tem gente velha cadeirante. Sem ligação pra família. Sem remédio. Dopando todos", diz o bilhete. Veja acima.

As três pessoas, com idades entre 29 e 38 anos, foram presas em flagrante por tráfico de drogas, associação para o tráfico e cárcere privado. Elas seriam as proprietárias do local, segundo a polícia. Depois de homologado o flagrante, os três foram liberados para responder em liberdade.

Os 19 internos que estavam no local foram encaminhados pela Assistência Social à rede de acolhimento do município da Região Metropolitana de Porto Alegre.

De acordo com a polícia, as pessoas que estavam internadas no local foram ouvidas e algumas alegaram que estavam na clínica contra sua vontade e que teriam sido levados ao local amarrados. Outras afirmaram que chegaram lá voluntariamente, mas que eram proibidos de sair da clínica pelos proprietários e monitores.

"Já é a quarta clínica que a gente fecha em Viamão em menos de seis meses. São locais que causam prejuízos financeiros, psicológicos e de saúde a essas pessoas que buscam atendimento nesses locais, que não são adequados. Chama atenção que essas pessoas são proprietárias de outra clínica, em Gravataí, que tinha sido fechada pela vigilância sanitária", afirma a delegada Jeiselaure de Souza.

A polícia afirma que, durante a investigação no local, foram encontrados medicamentos sem prescrição médica ou procedência – conduta que é equiparada ao tráfico de entorpecentes. Houve ainda, segundo a delegada, relatos de maus tratos, agressões e de que a medicação era utilizada para dopar os pacientes. Também não foram apresentadas documentação da clínica e receitas atualizadas de nenhum medicamento, inclusive os controlados.

Fonte: Bruna Casali / Com informações G1RS
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