Incertezas sobre a qualidade do trigo da safra 2023 paralisa comercialização do grão
Publicado em 10 de outubro de 2023
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A comercialização antecipada do trigo está paralisada no Rio Grande do Sul em razão das incertezas quanto à qualidade da safra deste ano, prejudicada pelo excesso de chuvas. Na região de abrangência da cooperativa Cotribá, com sede em Ibirubá, já são projetadas perdas de 20% na produção, segundo o presidente da organização, Celso Krug. A grande preocupação é que o forte aumento da incidência de doenças fúngicas, principalmente a giberela, inviabilize a venda de parte do grão à indústria de panificação.

As perspectivas de comercialização do cereal foram um dos temas abordados no IX Fórum Nacional do Trigo, realizado na sexta-feira (6) pela Cotribá em parceria com a Biotrigo Genética e o Sindicato Rural de Cruz Alta, como parte da programação da Fenatrigo Agrotecnologia. O evento encerrou-se neste domingo (8), no Parque Integrado de Exposições de Cruz Alta. Com 9,5 associados, a Cotribá recebeu em torno de 4 milhões de sacas de trigo na safra de 2022 (o equivalente a 240 mil toneladas do grão). Neste ano, a colheita deve ganhar impulso daqui a duas semanas, estima Krug. “Como não se sabe ainda a qualidade (que o trigo terá), as empresas também não estão comprando. O mercado está travado”, afirma o dirigente.

Atualmente, o trigo com bom potencial para uso na indústria moageira – com pH de 78 – é negociado na região de R$ 54 a R$ 55 a saca, segundo o presidente da Cotribá. De acordo com o último levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar, divulgado na quinta-feira (5), a cotação média do produto no Estado estava em R$ 54,06, uma queda de 3,71% em comparação ao valor registrado na semana anterior. Neste ano, as chuvas excessivas coincidiram com a etapa de floração da cultura, facilitando a disseminação de doenças fúngicas, o que tende a achatar os preços do cereal. “Quando chove muito, a giberela se instala e a qualidade do trigo baixa, ele não termina o ciclo”, explica Krug.

Independentemente do resultado da colheita e dos prejuízos acarretados pelo clima, ele afirma que a cooperativa receberá todo o volume produzido pelos associados. “(Parte) vai acabar provavelmente indo para a indústria de ração animal. Mas a cooperativa vai receber tudo, para depois ver o que vamos fazer com a comercialização”, adianta o dirigente.

Fonte: Vanessa Onci/ Com informações Correio do Povo
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