O mês de novembro é uma oportunidade para conscientizar sobre a importância da saúde masculina. A campanha Novembro Azul tem como objetivo a conscientizar e alertar os homens sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata. As ações também abordam a importância da mudança de hábitos e atitudes do público masculino em relação a sua saúde e seu corpo, incentivando assim, uma vida mais saudável, com o cuidado tanto para o corpo quanto para a mente.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), com exceção do câncer de pele não melanoma, o câncer de próstata é o tipo mais frequente em homens. No ranking da estimativa de casos estimados para o Brasil em 2023, o câncer de próstata alcança 71.730 casos, ou 30%. Em segundo está o de cólon e reto, com 21.970 casos, 9,2%, e em terceiro, os casos de câncer de traqueia, brônquio e pulmão, com 18.020 casos, ou 7,5%.
No RS, a estimativa de novos casos em 2023 é de 62,45% de câncer de próstata, 38,88% de traqueia, brônquio e pulmão, e 26,85% de cólon de reto. No Brasil, em 2021, foram registrados 16.300 óbitos por câncer de próstata. As vítimas do câncer de traqueia, brônquio e pulmão foram 15.987, e de cólon e reto 10.662.
A próstata é uma glândula que só o homem possui, e mesmo na ausência de sintomas é aconselhável que homens com 45 anos ou mais, especialmente aqueles com fatores de risco, ou a partir dos 50 anos sem esses fatores, consultem um urologista para discutir a possibilidade do exame de toque retal. Este exame permite ao médico avaliar possíveis alterações na glândula, como endurecimento ou presença de nódulos suspeitos. O exame de sangue PSA (antígeno prostático específico) é uma ferramenta importante para o diagnóstico precoce. Cerca de 20% dos casos de câncer de próstata são diagnosticados exclusivamente por meio do exame de toque retal.
Alguns tumores do câncer de próstata podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos. Mas a maioria cresce de forma lenta que não chega a dar sinais durante a vida. Na fase inicial, o câncer de próstata pode não apresentar sintomas e, quando apresenta, os mais comuns são: dificuldade de urinar; demora em começar e terminar de urinar; sangue na urina; diminuição do jato de urina; necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite. Esses sinais e sintomas também ocorrem devido a doenças benignas da próstata, como: Hiperplasia benigna da próstata, que é o aumento benigno da próstata, e Prostatite que é uma inflamação na próstata, geralmente causada por bactérias.
Especialistas afirmam que a adotar práticas saudáveis diminui o risco de várias doenças, inclusive o câncer. Entre as ações que podem contribuir para a redução do câncer de próstata está em manter uma alimentação saudável, praticar atividade física, manter o peso corporal adequado, não fumar e evitar o consumo de bebidas alcoólicas.
Em outubro, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica de recomendação pelo não rastreamento populacional do câncer de próstata. O motivo seria a detecção de cânceres indolentes, e isso geraria o sobretratamento, que é o tratamento de cânceres que não evoluiriam a ponto de ameaçar a vida.
De acordo com a nota, o rastreamento teria impacto na qualidade de vida, com a necessidade de realizar novos exames como biópsias e podendo ter como consequências dor, sangramento e infecções, além de ansiedade e estresse para o paciente e sua família.
O MS recomenda, além dos exames tradicionais, uma organização da rede de atenção à saúde com investigação célere de queixas urinárias dos homens e a implementação em larga escala de estratégias de disseminação de informações para a população sobre a importância dos homens procurarem a unidade de saúde para cuidados.
A Secretaria de Saúde do RS declarou que segue as diretrizes recomendadas na nota técnica e comunicou que no próximo dia 10, às 14h ocorrerá uma live, em parceria com o Ministério da Saúde para falar sobre a recomendação da nota. O público-alvo são os gestores, profissionais e usuários do sistema. Para as atividades no mês de novembro, a Secretaria de Saúde informou que vai contar com a parceria de clubes de futebol e com campanhas em redes sociais e ações de conscientização nas estradas.