Excesso de chuva eleva preços de produção e venda de hortifrútis no RS
Preço de alguns itens já subiu mais de 120% em comparação com o mesmo período do ano passado
Publicado em 22 de dezembro de 2023
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Já é possível sentir no bolso as consequências do excesso de chuva que marcou 2023 em todo o RS. A precipitação intensa deixou marcas na infraestrutura das cidades, do interior e, também, na agricultura: muitas plantações foram perdidas por conta da chuva. 

Conforme dados das Centrais de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa-RS), o preço de alguns itens já subiu mais de 120% em relação ao mesmo período do ano passado. Um exemplo é o chuchu: em dezembro de 2022, a hortaliça custava R$ 2,25. Agora, saltou para R$ 5, um aumento de 122%. 

A melancia também mais do que dobrou o preço: saiu de R$ 1,20, no ano passado, para os atuais R$ 3,20, ou 113% a mais. Outro alimento que teve disparada de preço foi o repolho verde que chegou a R$ 3, enquanto no mesmo período de 2022 estava por R$ 1,50.

Segundo o gerente regional da Emater, Dartanhã Vecchi, a elevação nos preços tem a ver com uma demanda que se mantém a mesma, mas precisa lidar com oferta menor. As chuvas prejudicaram a produção e há dificuldade para fazer o manejo e tratamentos em frutas e hortaliças.

— Aumenta também o custo de produção, porque o produtor tem que entrar mais vezes na lavoura, aumentar o número de aplicações de defensivos agrícolas para poder manter a sanidade desses produtos — disse o gerente regional da Emater, Dartanhã Vecchi.

Investimento e margem de lucro menor

Em Passo Fundo, no norte gaúcho, o produtor Camilo Noro, por exemplo, investiu cerca de R$ 50 mil em uma estrutura coberta para proteger a plantação de morango. Ele tomou a decisão depois de ser surpreendido pela chuva, umidade e falta de ventilação durante 2023. 

— Nos morangos, que é um sistema de cultivo fechado, com lona e tudo, deu bastante doença por causa da umidade. Segura muita umidade, não tinha vento, não tinha sol, a planta faz pouca fotossíntese e dá bastante doença — explicou o produtor, que perdeu dois mil pés de alface por conta da chuva.

Para driblar a perda de clientes, o agricultor e feirante Gilson Badaloti apelou para a redução da margem de lucro. Ele vende alface e o brócolis, que também ficaram mais caros. Enquanto o primeiro foi de R$ 1 para R$ 1,67, o segundo saiu de R$ 2,50 para R$ 4,17. 

— A gente perdeu toda a produção de excesso de chuva. Plantava e estragava, o que estava pronto apodreceu tudo. Tive que absorver o custo para não exagerar no preço da verdura, das alfaces, e manter o preço. Caso contrário, a clientela vai para outros lados. 

 

 

Fonte: Bruna Casali / Com informações GZH
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