A partir de fevereiro, a unidade de aves da Cooperativa Languiru no município de Westfália passará a prestar serviços de abate de aves fornecidas por produtores integrados da Seara, controlada pela JBS. O contrato de industrialização foi firmado na semana passada. Com a parceria, a JBS avança em seu plano de expansão no Estado, enquanto a Languiru dá mais um passo para estruturar seus negócios em meio ao processo de liquidação extrajudicial. Atualmente, a Seara está presente em 20 municípios gaúchos, com operações em suínos, aves, couros e alimentos preparados, além de incubatórios e fábricas de rações.

“A avicultura é um importante segmento da Languiru, e a prestação de serviços no frigorífico de aves integra o planejamento da cooperativa. Negociações como essa com a JBS nos possibilitam uma projeção de futuro bastante otimista”, disse o presidente liquidante da Languiru, Paulo Roberto Birck. O CEO da Seara, João Campos, afirmou que a manutenção de empregos e renda é um fator positivo do novo acordo. “Essa nova parceria com a Languiru é mais um passo em nossa estratégia de expandir as parcerias e nossa atuação no Estado”, destacou.

Segundo a JBS, o grupo conta com mais de 17 mil colaboradores diretos no Rio Grande do Sul. Conforme a empresa, estudo da Fipe mostrou que as redes produtivas sob sua responsabilidade geram 166.383 empregos diretos, indiretos e induzidos no Estado, 2,7% do total.

Em novembro, a Languiru anunciou a venda do frigorífico de suínos localizado no município de Poço das Antas para a JBS, em um negócio de R$ 80 milhões. Um protocolo de intenções foi assinado com o governo do Estado para a liberação de cerca de R$ 50 milhões em créditos tributários à JBS e à Seara Alimentos. A venda de ativos é parte do plano de reorganização da Languiru. O plano da JBS é investir R$ 120 milhões nos próximos cinco anos para reestruturar a planta frigorífica, cujas operações foram paralisadas em 30 de junho.