No ano passado, ao menos um foragido foi recapturado por hora no Rio Grande do Sul. Os números representam a média dessas prisões realizadas por Brigada Militar e Polícia Civil. Em 2023, foram 8.896 presos neste contexto, o que indica aumento de 15,9% no comparativo com o ano anterior. Em 2022, tinham sido 7.675 recapturas de pessoas procuradas pelas polícias. Os dados integram os indicadores de atividades da Secretaria da Segurança Pública do Estado.
Chefe da Polícia Civil, o delegado Fernando Sodré explica que as prisões se dão em diferentes situações. Ele atribui o aumento desse tipo de captura por parte da instituição ao trabalho de investigação, com intuito de rastrear o paradeiro dos foragidos.
— Alguns, quando têm a prisão decretada, já se evadiram, alguns entram na condição de foragidos por estarem presos e ganharem algum benefício judicial e aproveitar para fugir. Outros ficam na condição de foragidos, desde que praticam o crime, e a decretação da prisão vem depois. Na Polícia Civil, temos um trabalho de investigação sobre esses indivíduos, buscando capturá-los. Vários foram presos, inclusive em outros Estados, Nordeste, Norte, Rio de Janeiro e Santa Catarina, onde vamos buscar esses foragidos — ressalta.
A Brigada Militar, que atua no policiamento ostensivo nas ruas, foi a responsável por recapturar a maior parte dos foragidos no Estado em 2023. Dos 8.896 presos no ano passado nessa condição, foram 8.034, ou seja, 90,3% localizados pelos policiais militares. Somente em janeiro deste ano, a BM prendeu mais 606 foragidos no RS, conforme o subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Douglas Soares.
— O critério para deixar que apenados saiam temporariamente do cumprimento de suas penas tem que ser mais apurado. Em muitos casos nos quais deparamos com alguns indicadores altos em determinada região, como roubos a pedestres, furtos de veículos, constatamos que, quando flagramos alguém, já era foragido. Normalmente, o foragido é pego cometendo outro crime. Se a BM tiver que prender 10 vezes a mesma pessoa, vamos prender. Mas estamos fazendo um retrabalho. É alguém que já deveria estar preso — avalia o oficial.