Os arrozeiros gaúchos, que produzem mais de 70% do grão consumido no Brasil, abriram oficialmente a safra 2023/2024 ontem. A expectativa do presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, é que colheita ultrapasse 7 milhões de toneladas. “Temos garantia de abastecimento nacional”, salientou o dirigente durante a 34ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas.

De acordo com Velho, o rendimento é satisfatório, frente às condições climáticas adversas de setembro e outubro do ano passado.

O Estado cultivou 900,2 mil hectares com o cereal neste ciclo, ante 839,9 mil hectares do ano anterior, conforme divulgou o Instituto Rio-Grandense na última terça-feira, durante o evento.

A estimativa do setor é que a comercialização desta safra ocorra sob a base de preço mínima de R$ 100 a saca de 50 quilos e que o avanço das exportações eleve a marca durante o ano de 2024. “Já há negócios (de exportação) em torno de R$ 105 a saca”, exemplificou Velho. O ato de abertura oficial da colheita contou com a presença de autoridades, como o governador do Estado, Eduardo Leite, produtores e lideranças.

Taxa CDO

A Taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura (Taxa CDO), cuja arrecadação é feita pelo Irga e tem objetivo de ser revertida em investimentos para o setor orizícola, ganhou destaque durante a solenidade. Ao lembrar que o Irga produz 65% das cultivares de arroz usadas na lavoura, Velho afirmou que a contribuição necessita de reestruturação.

A reposta de Leite veio em sua participação no ato público, quando reconheceu o uso da verba recolhida pelo setor pelo Estado para quitar contas em uma época de grande dificuldade financeira.

O governador também manifestou a intenção de encaminhar o projeto de reestruturação do instituto para avaliação e votação na Assembleia Legislativa. “Já determinei à Secretaria de Planejamento que o organize ao lado da Secretaria de Agricultura. Temos a expectativa de, muito em breve, poder enviar a reestruturação do Irga para fazer novas contratações, reconhecer os pesquisadores e ajudar o ramo do agronegócio gaúcho a se desenvolver e produzir ainda mais do que já tem sido capaz”, garantiu Leite.

Na ocasião, Alexandre Velho confirmou a realização da 35ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas na Estação Experimental da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão, em 2025 e celebrou os praticamente 10 mi visitantes que participaram das atividades dirigidas ao segmento nesta quarta e quinta-feira. “Esperamos, até o final desta sexta-feira, bater a meta de 15 mil visitantes nos três dias de atividades”, projetou Velho.