A semeadura de áreas destinadas ao cultivo de canola está praticamente concluída no Rio Grande do Sul. Conforme a Associação Brasileira dos Produtores de Canola (Abrascanola), a cultura passou a ocupar cerca de 170 mil hectares no ciclo 2024/2025, variação de 62% sobre os 105 mil hectares da temporada anterior. A área plantada de canola tem registrado crescimento nas últimas safras e atrai mais agricultores pela atratividade econômica da oleaginosa, que vem ganhando espaço nos segmento da alimentação humana e animal e no setor de biocombustíveis.
Na safra passada, a Abrascanola trabalhava com área plantada de 105 mil hectares. Para este ciclo, a Emater/RS-Ascar divulgou projeção de 170 mil hectares para a cultura.
“Nossa área efetivada em 2023 no Rio Grande do Sul e agora projetamos 170 mil hectares. Esse é um numero que avaliamos efetivamente a partir da distribuição de sementes pelas empresas que trabalham especificamente com isso e dos parceiros que efetivaram a semeadura”, diz o presidente da Abrascanola, Vantuir Scarantti.
As enchentes deste ano levaram o segmento a solicitar a prorrogação da janela de plantio do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para 30 de junho. Nos últimos dias, a ocorrência de baixas temperaturas e geadas em diferentes pontos do Estado não chegaram a causar estragos nas lavouras. “Tivemos e está sendo bastante frio, com geadas constantes, mas a cultura está aclimatada e não tivemos grandes por geadas até este momento”, diz Scarantti.
Benefícios
Conforme a Abrascanola, a cultura é a terceira oleaginosa em volume de produção no mundo e possibilita o cultivo em sistema integrado de rotação e diversificação de culturas. Conforme Scarantti, a cultura avança no campo por gerar renda para o produtor em um período importante, em meados de novembro e dezembro. “Na canola, temos volume destinado para alimentos que paga prêmio um pouco maior. Hoje, em nível de produtor, fala-se em 90% da soja. Na parte de biocombustível e exportação, fala-se de 80 a 85% de soja”, diz o dirigente.
A expectativa do setor é de produtividade ao redor de 1,8 mil quilos por hectare nesta safra. Para o produtor rural, além do ganho financeiro, a canola oferece benefícios agronômicos, por ser uma planta da família da crucíferas com capacidade de quebrar o ciclo de doenças e colaborar para o desenvolvimento do sistema de rotação de culturas no Estado.
Emater
Conforme a Emater/RS-Asar, o plantio atrasou este ano em comparação à safra passada, quando foi finalizado na primeira quinzena de junho. Na região de Santa Rosa, a área semeada está em torno de 51,3 mil hectares, 56% maior do que no ciclo anterior. A empresa informa que 81% da área cultivada no Estado está em fase de desenvolvimento vegetativo, 16% em florescimento e 3% em enchimento de grãos. O Informativo Conjuntural da Emater informa que o aspecto das lavouras é bom, com adequada sanidade.