Às vésperas de começar um pente-fino no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), o governo federal já suspendeu ou deu por encerrado o pagamento de 57,7 mil benefícios no País. Desse total, 37,32 mil foram cessados e outros 20,37 mil suspensos – estes podem voltar a serem pagos caso as irregularidades sejam descartadas.
Até aqui, mesmo antes do pente-fino, as ações de acompanhamento e monitoramento permanente do INSS resultaram em um impacto de R$ 750,85 milhões, referentes a pagamentos indevidos e que provocaram o bloqueio de crédito, a suspensão ou a cessação de benefícios.
A revisão ampliada do INSS está programada para começar em agosto e será essencial para a preparação do Orçamento do ano que vem. O ministro da Previdência, Carlos Lupi, calcula que cerca de 800 mil pessoas poderão ter que fazer novas perícias para confirmar a necessidade de recebimento dos recursos durante todo o pente-fino.
O governo afirmou que a força-tarefa de ministérios tem, inclusive, desbaratado quadrilhas. No INSS, quem tem irregularidades detectadas tem sido chamado a fazer a comprovação da necessidade dos benefícios.
O assunto foi levado ao presidente Lula durante uma reunião com o presidente do instituto, Alessandro Stefanutto, e ministros da Previdência, da Fazenda e da Casa Civil no mês passado. Lula pediu a garantia de benefícios ao discutir cortes no Orçamento de 2025.
Após o encontro, Fernando Haddad sinalizou que é possível que o governo edite uma medida provisória para autorizar o pente-fino de benefícios sociais. O chefe da equipe econômica afirmou que o governo chegou a um cálculo de economia de pelo menos R$ 25,9 bilhões para 2025 somente com a revisão de benefícios como auxílio-doença, aposentadorias por invalidez e BPC (Benefício de Prestação Continuada).