Uma operação deflagrada pela 3ª Delegacia de Polícia de Canoas nesta quinta-feira (15) prendeu seis suspeitos de praticar golpes por meio de aplicativos de mensagens. Os presos são moradores do Estado de Goiás, mas o grupo mirava vítimas gaúchas.
Na cilada, os golpistas se passavam por familiares das vítimas para pedir transferências de valores. A ofensiva, chamada de Operação Daemon, aconteceu após uma investigação que durou seis meses. A polícia descobriu uma associação criminosa que fez pelo menos nove vítimas em Canoas. No total, o prejuízo passaria dos R$ 100 mil. Celulares e cartões bancários foram apreendidos.
A Delegada Luciane Bertoletti afirma que a investigação foi complexa, pois o esquema era muito bem tramado.
— Os investigados residem nos mais diversos cantos do Estado de Goiás e fazem vítimas a 2 mil quilômetros de distância, dificultando a investigação — diz a delegada.
A ação contou com a participação de 60 policiais civis do Rio Grande do Sul e de Goiás, que cumpriram sete mandados de busca e apreensão e 10 de prisão temporária. A Polícia Civil de Goiânia também prestou apoio logístico para a operação.
Como funciona o golpe
Segundo a polícia, o engodo aplicado pelo grupo é um dos mais recorrentes via aplicativos de mensagem: o golpe do número novo, também conhecido como golpe do falso familiar.
Os estelionatários criam um perfil no aplicativo com o nome e uma foto de perfil de um parente dos seus alvos. Ao entrar em contato com as vítimas, se passando pelo familiar, argumentam que teriam trocado de número. A seguir, pedem dinheiro emprestado.
O diretor da 2ª Delegacia de Polícia Regional Metropolitana (DPRM), delegado Cristiano Reschke, diz que os golpistas têm preferência por vítimas idosas, muitas vezes “sem intimidade com o uso da tecnologia.”
Os nomes dos presos não foram divulgados.