Um esquema de tráfico interestadual de drogas foi alvo da Operação Catena, deflagrada nesta quinta-feira, no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. De acordo com a Polícia Civil, os suspeitos utilizavam a frota de caminhões de uma transportadora para internalizar drogas em solo gaúcho. Houve a prisão de 10 pessoas e o bloqueio de R$ 27 milhões.
A ofensiva foi coordenada por agentes da 1ª Delegacia de Investigação do Narcotráfico (1ª Din/ Denarc), que cumpriram 13 ordens de prisão preventiva e 19 mandados de busca e apreensão em Canoas, São Leopoldo, Santo Antônio da Patrulha, Cachoeirinha, Xangri-lá, Guaíba e Três Coroas. Já no estado vizinho, as diligências ocorreram em Joinville e Itapoá.
Foram apreendidos três veículos de luxo, sendo um Chevrolet Camaro, avaliado em mais de R$ 500 mil, além de uma caminhonete Land Rover Evoque e de um Porsche, ambos com valor de R$ 400 mil em média.
O Porsche foi localizado com um homem, de 28 anos, que é apontado como líder do esquema. Ele foi detido na semana passada, por policiais militares, em Santa Catarina. Em abril de 2021, o criminoso chegou a ser preso preventivamente por suspeita de envolvimento em um homicídio consumado e outro tentado, no bairro Guajuviras, em Canoas, mas a medida acabou sendo revogada após pouco mais de um ano.
Chama atenção dos investigadores o fato do Porsche já ter pertencido ao influenciador digital Nego Di, que está recolhido na Penitenciária Estadual de Canoas 1( Pecan 1) desde julho por suspeita de estelionato e lavagem de dinheiro. Entretanto, a Polícia Civil enfatiza que o famoso não foi alvo da Operação Catena nem é suspeito de envolvimento nos fatos investigados.
Entenda o esquema de tráfico via transportadora
A Operação Catena decorre da prisão em flagrante de três homens, registrada no dia 19 de abril, no município catarinense de Bom Jesus do Oeste. Na ocasião, um dos suspeitos transportava 707 quilos de maconha no interior de uma carreta, enquanto os outros dois guiavam um automóvel para alertar sobre eventual presença de policiais na região.
Durante a abordagem, o motorista do caminhão admitiu que os entorpecentes vinham do Paraguai. Ele teria cruzado a fronteira em Foz do Iguaçu, no Paraná, e pretendia seguir por Santa Catarina até ingressar no Norte gaúcho, através de Iraí. O homem também confessou operar em nome de uma facção, que pretendia distribuir os narcóticos na região Metropolitana de Porto Alegre.
O desenrolar das apurações indicou que o grupo criminoso operava o tráfico através de uma transportadora com base em SC. De acordo com a investigação, os suspeitos utilizavam um frota de caminhões para dissimular o transporte de produtos eletrônicos com destino ao RS. Ocorre que, além dos materiais, as carretas também eram carregadas com tijolos de maconha, crack e cocaína.
Como se não bastasse, a apuração policial ainda apontou que o principal suspeito de comandar o esquema utilizava o galpão da transportadora para fins de sequestro, cárcere privado e extorsão de vítimas. Os crimes contariam com o apoio logístico dos pais e de outros familiares dele, que também foram alvo da Operação Catena.