A diferença salarial entre homens e mulheres diminuiu em 11 anos no Rio Grande do Sul. Segundo a Unidade de Estudos Econômicos (UEE) da Fiergs, a diferença de remuneração média entre os gêneros, em cargos gerais, caiu de 19,6% em 2012 a 12,9% em 2023. Em postos de gerência recuou de 41,9% a 34,8%. A discrepância salarial se deve a diversos fatores na avaliação da economista sênior da UEE Caroline Lucion Puchalee. O fenômeno de redução da desigualdade pode ser explicado, em parte, pela procura do mercado por profissionais que tenham habilidades sociais, competência com a qual, segundo ela, as mulheres mostram mais afinidade.
“Nosso estudo demonstra que no RS as ocupações tradicionalmente requerem habilidades manuais e rotineiras, mas as mulheres têm ganhado mais vantagem nos postos que exigem habilidade social. Estudos de fora do Brasil mostram que as mulheres têm maior habilidade interagindo com pessoas, por exemplo. Isso gera consequências no mundo corporativo, é uma habilidade que está em voga”, pondera. A economista também destaca que a literatura internacional reconhece a capacidade das mulheres de compreender o que os outros estão pensando e sentindo, o que contribui no desempenho em dinâmicas de grupo, formação de equipes e inteligência coletiva. Habilidades sociais não só favorecem o acesso a cargos qualificados como impactam os salários delas. Ocupações com esse tipo de competência oferecem prêmios salariais mais elevados ao público feminino.
No Brasil, 55% das vagas de trabalho são ocupadas por homens e as 45% restantes ficam com mulheres. No RS a diferença é um pouco menor: 53% eles e 47% elas. Nos cargos gerenciais, no entanto, isso se inverte. Enquanto no Brasil há equilíbrio, entre os gaúchos a proporção é de 56% de homens e 44% de mulheres.