A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Polícia de Frederico Westphalen, concluiu nesta semana a segunda fase da investigação que apurou crime de estelionato mediante fraude eletrônica contra um cidadão idoso, ocorrido em 14 de abril de 2025, na BR 386, nas proximidades deste município. O golpe foi praticado por meio de uma falsa negociação de venda de veículo, que resultou na subtração de um caminhão avaliado em R$ 130.000,00.
A investigação teve início ainda no primeiro semestre de 2025, com a instauração de Inquérito Policial que resultou na prisão preventiva e indiciamento de dois investigados pelo crime de estelionato, os quais já foram condenados judicialmente a penas de 8 e 10 anos de reclusão, respectivamente.
Nesta segunda fase, os trabalhos investigativos foram aprofundados, especialmente a partir da análise de relatórios técnicos de extração de dados de aparelhos celulares apreendidos com os envolvidos, revelando a atuação de uma associação criminosa com estrutura organizada e divisão de tarefas, com articulações entre internos do sistema prisional e agentes externos.
Com o avanço das diligências, foram decretadas três prisões preventivas, das quais duas foram cumpridas nesta semana e uma pessoa encontra-se foragida. Os investigados foram indiciados pelos crimes de estelionato qualificado (art. 171, §2º-A e §4º) e associação criminosa (art. 288, caput, do Código Penal). Entre os alvos, estão indivíduos recolhidos nas penitenciárias estaduais de Caxias do Sul e Santa Maria, além de um cidadão residente no Paraguai, responsável pelo recebimento e ocultação dos veículos subtraídos.
Além das prisões, foram determinadas e cumpridas medidas cautelares de bloqueio judicial de 69 contas bancárias utilizadas por pessoas ligadas ao grupo criminoso, incluindo contas de familiares dos principais investigados, utilizadas para a movimentação e pulverização dos valores obtidos de forma ilícita.
Em relação ao golpe que vitimou o idoso, a apuração demonstrou que um dos líderes da organização, recolhido no sistema prisional, conduziu toda a simulação da negociação, utilizando identidade falsa. Após o envio de comprovante bancário fraudulento, outro membro do grupo apresentou-se no local da entrega e conduziu o veículo até o Paraguai, onde foi repassado ao receptador estrangeiro.
Segundo o Delegado Jacson Oiliam Boni, responsável pela investigação, “as provas técnicas obtidas a partir das extrações de dados foram fundamentais para comprovar o funcionamento articulado do grupo criminoso e a cadeia de responsabilidade entre seus integrantes, o que possibilitou a identificação e responsabilização penal de outros envolvidos na empreitada delitiva”.