Uso de FGTS para pagar FIES pode liberar R$ 70 bilhões
Valor é 60% maior do que o montante que foi sacado das contas inativas deste ano
Publicado em 30 de outubro de 2017
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O uso de depósitos do Fundo Garantidor do Tempo de Serviço (FGTS) para pagar dívidas do financiamento estudantil poderá levar ao saque de R$ 70 bilhões de recursos do fundo dos trabalhadores.

A estimativa foi feita pela Caixa Econômica Federal a pedido do Conselho Curador do FGTS e obtida pelo 'Estadão/Broadcast'. O valor é 60% maior do que o montante que foi sacado das contas inativas este ano. Nesta semana, está pautada para votação na Câmara a Medida Provisória 785, com novas regras para o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). Foi incluída uma emenda permitindo que trabalhadores retirem recursos de suas contas do FGTS para amortizar ou quitar dívidas com o Fies.

A mudança conta com o apoio do Ministério da Educação e da ala política do governo, mas tem a oposição da equipe econômica, que tem atuado para que a MP não seja aprovada. Com o Orçamento da União sem espaço para iniciativas que injetem dinheiro na economia, os recursos do FGTS têm sido cobiçados por diversas áreas do governo. Há propostas em estudo para ampliar o uso dos depósitos do fundo para pagar empréstimos consignados e para ajudar a Caixa a cumprir regras internacionais de capital.

O representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT) no conselho curador, Cláudio Gomes, disse que os trabalhadores estão acompanhando com "preocupação" as medidas em discussão. "São sempre causas justas, mas que fogem da finalidade do fundo que é garantir que o trabalhador tenha recursos para sacar em um momento de necessidade e que os depósitos sejam utilizados em ações que estimulem a criação de empregos."

O relator da MP 785, deputado Alex Canziani (PTB-PR), explica que incluiu em seu relatório a previsão de que o uso dos recursos do FGTS para pagar financiamentos do Fies atendam a critérios definidos pelo próprio conselho curador, o que impediria o saque de volumes que prejudiquem a gestão do fundo.
Fonte: BrunaCasali/JornalismoBarrilFM com informações CP
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