Rio Grande do Sul não cumpre metas da ONU há quase 10 anos
Mais de um terço dos estudantes gaúchos está com atraso de dois ou mais anos em relação ao desempenho esperado. Vagas em educação infantil, por outro lado, aumentam.
Publicado em 18 de agosto de 2019
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O Rio Grande do Sul está perto de completar uma década sem cumprir as metas de desempenho ensino médio estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU). Desempenho gaúcho, que já foi melhor do que São Paulo, Paraná e a média nacional em 2005, é o pior entre os estados da Região Sul.

Os dados foram apresentados no relatório "Panorama das metas do ODS 4: educação de qualidade no RS", da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag), divulgado nesta sexta-feira (16).

Em 2015, o Brasil se comprometeu, junto aos outros 192 Estados-membros da ONU, a cumprir 17 objetivos e 169 metas na área da Educação até 2030. Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) servem para nortear as políticas nacionais e regionais. Só que os resultados, até o momento, são temerosos.

Ensino Médio

Desde 2009, o estado não alcança as metas para esta etapa do ensino. Em 2017, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ensino médio ficou em 3,7 para uma meta fixada em 5,1. O desempenho que, em 2005, estava atrás apenas de Santa Catarina na Região Sul e São Paulo, no Sudeste, caiu para a pior colocação, abaixo até mesmo da média nacional.

Outro dado preocupante é em relação à distorção entre idade do aluno e a série do ensino médio que ele frequenta. A taxa no país em 2018 foi de 28,2%. No RS, chegou a 34,7%. Isso significa que mais de um terço dos alunos está com atraso de dois ou mais anos.

Na rede estadual, o desempenho é ainda pior: 38,1%. Acima do total para a Região Sul, que foi de 26,1%, quase o triplo da taxa de São Paulo: 13,2%.

Ensino fundamental

No ensino fundamental, outro resultado alarmante: 19,9% dos estudantes estavam, em 2018, dois ou mais anos atrasados em relação ao esperado. Na rede estadual, o índice sobe para 24,4%. Ou seja, a distorção entre idade e série atinge um a cada quatro aluno do 1º ao 9º ano. Um percentual muito acima da média do país (17,2%) neste quesito.

A taxa de distorção está relacionada com os principais indicadores de rendimento escolar: taxas de aprovação, reprovação e abandono. Para o secretário da Educação, Faisal Karam, o panorama deve ser alterado com uma série de ações para reforçar os aspectos pedagógicos nos primeiros anos e combater a evasão.

“O reforço pedagógico, a qualificação do professor em utilizar as novas tecnologias e ações para tornar o ensino médio mais atrativo aos jovens deverão colocar a educação do estado em outro patamar nas próximas avaliações”, projeta.

Educação Infantil

Na educação infantil, porém, o número de vagas está aumentando. De 2015 a 2018, houve crescimento de 19% em matrículas na pré-escola e de 16% nas creches.

Este aumento foi mais presente nas escolas municipais (de 58% para 62%). A rede privada apresentou recuo de 42% para 38%.

O mesmo ocorreu com as matrículas na pré-escola: enquanto 64% eram municipais em 2015, em 2018 foram 71%. As pré-escolas privadas respondiam por 32% das matrículas em 2015, e chegaram 29% em 2018.
Fonte: Bruna Casali / Jornalismo/BarrilFM com informações G1RS
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