Alexandra Dougokenski é indiciada por homicídio triplamente qualificado
Publicado em 02 de julho de 2020
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Após admitir que matou o filho Rafael Mateus Winques, 11 anos, com uma corda de varal, Alexandra Dougokenski, 33 anos, foi indiciada por homicídio triplamente qualificado, falsidade ideológica e ocultação de cadáver. A Polícia Civil concluiu o inquérito que investiga o assassinato do garoto na cidade de Planalto, no norte do Rio Grande do Sul.

As três qualificadoras do crime são asfixia, motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima.  Rafael desapareceu em 15 de maio. Alexandra chegou a mobilizar a polícia e o Conselho Tutelar nas buscas pelo filho que estava escondido em uma caixa de papelão na casa ao lado da sua residência.  Em 25 de maio, confessou à polícia que havia matado o filho.

O indiciamento de Alexandra foi anunciado em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (2) no auditório do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Porto Alegre.  Até o final da tarde, o inquérito policial será remetido ao Judiciário. Caberá a promotora de Planalto Michele Kufner oferecer denúncia ou não. Como Alexandra esta presa, o Ministério Público tem cinco dias para se manifestar.

— Trouxemos nos autos o passo a passo da cronologia do crime do dia 14 de maio em diante. Inclusive, temos a motivação do crime. Durante todo período da investigação, ela oscilava entre dizer a verdade e mentir. Desde o começo, as características visíveis do corpo da vítima, pelo uso da corda para asfixiar, indicavam que ela teve intenção de matar — afirma o diretor de investigação do Departamento de Homicídio, delegado Eibert Moreira Neto.

No último sábado, 27 de junho, em depoimento no Palácio da Polícia, na Capital, Alexandra mudou a versão que vinha sustentando até então, de que não teve a intenção de matar o filho. A mãe admitiu que matou o menino com uma corda de varal quando ele estava acordado no quarto, motivada pela desobediência do garoto. A investigada diz que, por volta da meia-noite do dia 15 de maio, deu dois comprimidos de Diazepam ao filho, após tê-lo repreendido por passar diversas noites em claro mexendo no celular, para que dormisse. Alexandra foi para cama. Por volta das 2 horas, acordou, retornou ao quarto e Rafael ainda estava no celular, mesmo após a ingestão do medicamento. Nessa hora, conforme o testemunho, foi quando decidiu matá-lo.

Segundo o delegado, durante a reconstituição do crime, em 18 de junho, embora a Alexandra tenha apresentado uma versão falsa, ela demonstrou que conseguia transportar o filho e, por isso, não havia necessidade de usar corda para tração do corpo como tinha mencionado em outros depoimentos.

 — A casa de Alexandra fica a 400 metros de um hospital. O celular dela tem o aplicativo do Samu, que é só clicar e o aplicativo, por georreferenciamento, já localiza o paciente. Não havia justificativa para que ela não tivesse acionado a rede pública de saúde, que ficava tão perto da casa dela, se fosse apenas um acidente — disse Eibert na coletiva.

Ao analisar o celular de Alexandra, que estava com todas os históricos de pesquisa apagados, a polícia conseguiu identificar que, na madrugada do crime, a mãe pesquisou sobre a composição do Boa Noite Cinderela e vídeos de cenas de sexo com violência e estupro:

— Todas essas cenas acompanhadas de asfixia e estrangulamento de mulheres, inclusive utilizando corda, o que nos remete a morte de Rafael. Foram localizadas fotografias pornográficas em que mulheres apareciam envolta de cordas. Foi algo que nos chamou muito atenção. Mais uma vez isso nos remete ao comportamento da Alexandra.

Na mesma noite, segundo a polícia, Alexandra fez uma compra pela internet às 2h15min de um creme depilatório para a sobrancelha.

A Polícia Civil também está representando pela prisão preventiva de Alexandra. Desde o dia 25 de maio, quando confessou o crime, a mãe está presa temporariamente - atualmente, ela está detida na Penitenciária Feminina de Guaíba.

Alexandra também foi indiciada por falsidade ideológica, pois, ao registrar o boletim de ocorrência de desaparecimento de Rafael, em 15 de maio, deu declaração falsa em documento público, buscando alterar a veracidade do fato.

Fonte: Zero Hora
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