Baixas nos combustíveis e contas de luz geram a maior deflação da história
Publicado em 09 de agosto de 2022
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As reduções dos preços dos combustíveis (-14,15%) e das tarifas de energia elétrica (-5,78%) aliviaram o bolso dos brasileiros e contribuíram para a primeira deflação brasileira desde maio de 2020. Em julho, a inflação oficial (IPCA) caiu 0,68%, o menor resultado da série histórica do índice, iniciada em janeiro de 1980, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística  (IBGE).

Mesmo com a variação negativa, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registra alta de 10,07% no acumulado dos últimos 12 meses, resultado ainda acima do dobro do teto da meta estabelecida pelo governo para o período, de 3,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto (de 2% a 5%). No ano, o índice tem alta de 4,77%.

No que diz respeito aos índices regionais, todas as áreas tiveram variação negativa em julho. Porto Alegre teve índice de -0,59%, enquanto a variação acumulada no ficou em 3,24% e a medida em 12 meses, 8,69%. A menor variação foi registrada em Goiânia (-2,12%), onde pesaram as quedas de 21,57% nos preços da gasolina e de 14,90% na energia elétrica. 

A deflação do mês é justificada pela redução das alíquota do ICMS sobre gasolina e energia elétrica nos estados do corte do PIS/Cofins sobre a gasolina e o etanol até o fim deste ano. Na avaliação das instituições financeiras, o alívio deve ser sentido pelas famílias até o fim deste ano.

Para Pedro Kislanov, gerente responsável pela pesquisa, afirma que as movimentações afetaram os grupos de transportes (-4,51%) e de habitação (-1,05%). “Foram esses dois grupos, os únicos com variação negativa do índice, que puxaram o resultado para baixo”, explica ele.

No mês, os preços da gasolina caíram 15,48% e os do etanol, 11,38%. A gasolina, individualmente, contribuiu com o impacto negativo mais intenso entre os 377 subitens que compõem o IPCA. Além disso, também foi registrada queda no preço do gás veicular (-5,67%).

Kislanov destaca que, além da redução da alíquota de ICMS cobrada sobre os serviços de energia elétrica, outro fator que influenciou o recuo do grupo habitação foi a aprovação das Revisões Tarifárias Extraordinárias de dez distribuidoras espalhadas pelo país, o que acarretou redução nas tarifas a partir de 13 de julho.

 

Fonte: *Agência Brasil
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