Entre 1985 e 2022, a área reservada à agropecuária no território brasileiro cresceu 50%, o equivalente a 95,1 milhões de hectares. O levantamento divulgado nesta sexta-feira pelo Mapeamento Anual do Uso e Cobertura da Terra no Brasil (MapBiomas) aponta que 64,5 milhões de hectares expandidos (64% do total) decorrem do desmatamento para pastagens.
Em 1985, a agropecuária ocupava um quinto do território nacional, cerca de 22%, ou 187,3 milhões de hectares, atingindo no ano passado o total de 282,5 milhões de hectares, ou um terço das terras do país. Desse total, 164,3 de hectares são pastagens e 61 milhões de hectares são cultivo agrícola.
"A soja, o milho, a cana-de-açúcar são as três culturas com maior área, no Brasil. Existe também uma demanda muito importante para o arroz. A área dessas culturas reflete a demanda que você tem para as condições de produção no país. No caso da soja, o principal destino é a alimentação animal e, no caso da cana, o setor de energia", observou o coordenador do MapBiomas, Tasso Azevedo.
Levando em conta o mesmo intervalo de tempo, o que se observa pelos dados coletados é que os cinco estados com maiores áreas de desmatamento para conversão direta para agricultura foram Mato Grosso (3 milhões de hectares), Rio Grande do Sul (2,6 milhões de hectares), Bahia (1,8 milhão de hectares), Maranhão (790 mil hectares) e Goiás (550 mil hectares).
No caso do desmatamento para pastagens que posteriormente foram convertidas em áreas agrícolas, os destaques são os estados de São Paulo (2 milhões de hectares), Mato Grosso do Sul (1,2 milhão de hectares), Rio Grande do Sul e Mato Grosso (1,1 milhão de hectares cada) e Paraná (1 milhão de hectares).