A participação de mulheres nas eleições municipais cresceu no Rio Grande do Sul ao longo dos últimos 20 anos, mas ainda está aquém da proporção na população do Estado. Conforme os dados disponibilizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as candidaturas femininas foram de 20,3% do total, em 2004, para 34,6% no pleito de 2024.
Há duas décadas, as mulheres eram apenas 5.066 entre as 24.939 candidaturas registradas no Rio Grande do Sul. Na eleição deste ano, elas são 9.967 entre 28.826 concorrentes que constam no sistema da Justiça Eleitoral.
O maior salto no contingente de candidaturas femininas ocorreu na eleição de 2012, primeiro pleito municipal sob a regra da cota de gênero, que determina que cada partido lance ao menos 30% de mulheres na chapa para a Câmara de Vereadores.
O contingente atual, de 34,6%, é praticamente idêntico ao da eleição municipal de 2020, na qual as mulheres eram 34,3%. O índice contrasta com a proporção feminina no eleitorado gaúcho, que é de 52,5%, conforme a Justiça Eleitoral.
Ainda assim, a fração de candidaturas femininas no Estado é meio ponto percentual superior à média nacional, que é de 34,1%.
Outras características
As informações disponibilizadas pela Justiça Eleitoral também permitem identificar a variação em outras características dos candidatos ao longo do tempo no Rio Grande do Sul. No caso da cor da pele, os dados estão disponíveis desde 2016 e mostram que, desde então, o número de candidaturas de pessoas brancas vem diminuindo, enquanto as de pretos, pardos e indígenas, aumentando.
Neste ano, a proporção de candidatos brancos é de 84,6% no Estado, acima da média da população, que está em 78,4%.
No recorte etário, a eleição de 2024 apresenta redução nas candidaturas de jovens entre 17 e 24 anos e na faixa seguinte, de 25 a 39 anos, na comparação com o pleito anterior. Em contrapartida, o grupo de candidatos com 60 anos ou mais manteve tendência de crescimento e superou a marca dos 20% pela primeira vez.
A análise temporal também mostra que, ao longo dos últimos 20 anos, os candidatos tiveram evolução considerável em seu grau de instrução.
A proporção de concorrentes com Ensino Superior, que era de 17% em 2004, subiu ininterruptamente ao longo das eleições e chegou a 28,4% neste ano. Já o contingente que não havia completado o Ensino Fundamental, que era de quase um terço há 20 anos, atualmente é menor do que 20%.