Operação do MP mira suspeitos de fazer denúncias falsas e ameaçar policiais no Norte do RS
Grupo criminoso também é investigado por tráfico de drogas, homicídios e lavagem de dinheiro em Ronda Alta
Publicado em 03 de dezembro de 2024
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Uma operação nesta terça-feira mira suspeitos de ameaçar policiais militares em Ronda Alta, no Norte gaúcha. Os alvos, integrantes de uma facção, também seriam responsáveis por registrar denúncias falsas contra os brigadianos. A ação ocorre sob o comando do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público (GAECO/MPRS), com apoio da Brigada Militar e Polícia Penal. Até o momento, 12 pessoas foram presas, sendo que nove já cumpriam pena no sistema penitenciário.

As diligências, além de Ronda Alta, também são efetuadas em Passo Fundo, Palmeira das Missões e Sarandi. Foram bloqueadas 25 contas bancárias, sendo que em apenas uma destas houve movimentação de R$ 1,9 milhão em quatro meses.

O esquema soma 32 suspeitos. Além de ameaças e denunciação caluniosa, eles também estariam envolvidos em delitos como porte e posse ilegal de armas, homicídios, tráfico e lavagem de dinheiro.

A ofensiva acontece após a Corregedoria-Geral da BM comunicar ao Gaeco que ao menos dois PMs foram alvo de falsas denúncias em Ronda Alta. Os relatos forjados resultaram na instauração de processos disciplinares sobre atos que não ocorreram. Após investigação, ficou constatado que o objetivo da farsa era prejudicar ações ostensivas, principalmente em pontos de tráfico no município.

Conforme o promotor Manoel Antunes, responsável pela apuração, a prática de rotular ações de combate à criminalidade como “abusivas” ou “ilegais” era uma estratégia para inibir o exercício da autoridade policial e impedir investigações. “A operação de hoje demonstra que o MPRS está atento, e que acusações falsas serão duramente combatidas”, afirma. Também participam da operação os promotores Diego Pessi, Rogério Caldas e Maristela Schneider.

O grupo criminoso ainda teria um núcleo responsável por lavagem de dinheiro e ocultação de bens, com a movimentação fragmentada de valores através de laranjas. A rede seria operada o interior de unidades prisionais.

"Temos preocupação redobrada em combater facções criminosas que atentem contra integrantes das instituições públicas de segurança, agindo com rigor nesses casos”, enfatiza o coordenador do Gaeco no RS, promotor André Dal Molin.

 

 

Fonte: Bruna Casali / Com informações Correio do Povo
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