O número de transações via Pix registrou queda em relação a dezembro de 2024 nos primeiros dias de janeiro de 2025. Este foi o pior resultado comparativo entre dois meses desde o lançamento do sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central, em novembro de 2020.
De acordo com os dados do Sistema de Pagamentos Instantâneos (SPI) do Banco Central (BC), a quantidade de operações Pix entre 4 e 10 de janeiro somou 1,250 bilhão, uma queda de 10,9% em comparação ao mesmo período de dezembro de 2024. Antes disso, o maior recuo no número de transações nesse intervalo havia ocorrido em janeiro de 2022 na comparação com o mês anterior(-7,5%).
Esse intervalo de dias concentra o maior volume de transferências de cada mês, já que inclui as datas em que a maioria dos salários é paga. Ou seja, esse período de análise ajuda a retirar a sazonalidade das movimentações.
Os números sugerem uma reação da população à divulgação das novas regras de monitoramento da Receita Federal que ampliou a fiscalização sobre as movimentações financeiras de consumidores e empresas desde o dia 1º de janeiro deste ano. A mudança motivou um sentimento de apreensão de futuros aumentos de taxações. A Receita nega que o objetivo seja pegar os pequenos empresários.
O Pix é o meio de pagamento mais usado do país, seguido pelo cartão de débito e pelo dinheiro em espécie, segundo pesquisa do BC divulgada em 2024. Mensalmente, o número de operações beirava os 6 bilhões até o fim do ano passado, com um volume financeiro de cerca de R$ 2,5 trilhões.